="BNw8xMjY3OdVa5IAISnfyLPtK1e7h5kWHvVCQIYkICw=" /> NOTICÍAS PARA TODOS OS IRMÃOS: TEXTOS

terça-feira, julho 24, 2007

TEXTOS

S.:. M.:.?
Só me lembrava daquela forte dor no peito.
Como viera eu parar ali?
O ambiente era familiar. Já estivera ali, mas... quando?
Caminhava sem rumo.
Pessoas desconhecidas passavam por mim, contudo, não tinha coragem de abordá-las.
Mas... espere, que grupo seria aquele reunido e de terno preto?
Lógico! Não estariam indo e vindo de um enterro; hoje em dia é tão comum pessoas irem ao velório com roupa preta.
É claro! São Irmãos!
Aproximei-me do grupo. Ao me verem chegar interromperam a conversa.
Discretamente executei o sinal de Aprendiz, obtendo resposta. A alegria tomou conta de mim. Estava entre amigos.
Identifiquei-me. Perguntei ansioso o que estava acontecendo comigo.
Responderam-me com muito cuidado e fraternalmente. Havia desencarnado.
Fiquei assustado; e a minha família, os meus amigos, como estavam?
Estão bem, não se preocupe; no devido tempo você os verá, responderam.
Ainda assustado, indaguei do motivo de suas vestes.
Estamos nos encaminhando ao nosso Templo Maçônico, foi a resposta.
Templo Maçônico? Vocês tem um?
Sim, claro. Por que não?
Senti-me mais a vontade, afinal sou um Grande Inspetor Geral e com certeza receberei as honras devidas a meu Grau. Pedi para acompanhá-los, no que fui atendido.
Ao fim da pequena caminhada divisei o Templo. Confesso que fiquei abismado. Sua imponência era enorme. As colunas do pórtico... majestosas.
Nunca vira nada igual. Imaginei como deveria ser seu interior e como me sentiria tomando parte nos trabalhos.
Caminhamos em silêncio.
Ao chegar ao salão de entrada verifiquei grupos de Irmãos conversando animadamente, porém em tom respeitoso.
O que parecia ser o líder do grupo e que me acompanhava chamou um Irmão que estava adiante:
-- Irmão Experto! Acompanhai o Irmão recém-chegado e com ele aguarde.
Não entendi bem. Afinal, tendo mostrado meus documentos, esperava, no mínimo, uma recepção mais calorosa.
Talvez estejam preparando uma surpresa à minha entrada; para um Grau 33 não poderia se esperar nada diferente. Verifiquei que os Irmãos formavam o cortejo para entrada no Templo.
A distância, não pude ouvir o que diziam, contudo, uma luminosidade esplendorosa cercou a todos. Adentraram silenciosamente no Templo. Comigo ficou o Irmão Experto.
De tanta emoção não conseguia dizer nada. O tempo passou... Não pude medir quanto.
De repente, a porta do Templo se entreabriu o Irmão Mestre de Cerimônias, encaminhando-se a mim, comunicou que seria recebido.
Ajeitei o paletó, estufei o peito, verifiquei se minha comendas não estavam desleixadas e caminhei com ele. Tremia um pouco, mas quem não o faria em tal circunstância?
Respirei fundo e adentrei ritualisticamente ao Templo. Estranho... Esperava encontrar luxuosidade esplendorosa, muito ouro e riqueza. Verifiquei, rapidamente, no entanto, uma simplicidade muito grande.
Uma luz brilhante, vindo não sei de onde iluminava o ambiente.
Cumprimentei o Venerável Mestre e os Vigilantes na forma usual. Ninguém se levantou à minha entrada. Mantinham-se calados... respeitosos.
Não sabia o que fazer... Aguardava ordens... e elas vieram não voz firme do Venerável:
-- [...]
Reconhecendo a necessidade do trolhamento em tais circunstâncias, aceitei respondê-lo. Estufei o peito, impetiquei o corpo e respondi:
-- [...]
Aguardei seguro, a pergunta seguinte.
Em seu lugar o Venerável Mestre, dirigindo-se aos presentes, perguntou:
-- Os Irmãos aqui presentes o reconhecem como Maçom?
Assustei-me. O que era isso? Por que tal pergunta?
O silencio foi total.
Dirigindo-se a mim, o Venerável emendou:
-- Meu caro Irmão visitante, os Irmãos aqui presentes não o reconhecem como Maçom.
-- Como não?! Disse eu. Não vêem minhas insígnias? Não verificaram meus documentos?
-- Sim, caro Irmão - retrucou solenemente o Venerável.
-- Contudo não basta ter ingressado na Ordem, ter diplomas ou insígnias para ser um Maçom. É preciso antes de tudo, ter construído o "seu Templo", e verificamos que tal não ocorreu com o Irmão.
-- Observamos, ainda, que apesar de ter tido todas as oportunidades de estudo e de ter galgado ao maior dos Graus, não absorveu seus ensinamentos. Sua passagem pela Arte Real foi efêmera.
Não pude agüentar mais. Retruquei:
-- Como efêmera? Vocês que tudo sabem não observaram minhas atitudes fraternas?
Fui interrompido.
-- Irmãos, vejamos então sua defesa.
Automaticamente, desenhou-se na parede algo parecido com uma tela imensa de televisão e na imagem reconheci-me junto a um grupo de Irmãos, tecendo comentários desairosos contra a administração de minha Loja.
Era verdade.
Envergonhei-me.
Tentei justificar mas não encontrava argumentos.
Lembrei-me, então, de minhas ações beneficentes. Indaguei-os sobre tal.
E mudando a imagem como se trocassem de canal, vi-me colocando a mão vazia no tronco de Beneficência. Era fato e, costumeiramente, o fazia, por achar que o óbulo não seria bem usado...
Por não ter o que argumentar, calei-me e lágrimas de remorso brotaram-me nos olhos. Iniciei a retirar-me cabisbaixo e estanquei ao ouvir a voz autoritária e ao mesmo tempo fraterna do Venerável.
-- Meu Irmão. Reconhecemos suas falhas quando no orbe Terrestre e na Maçonaria, contudo, reconhecemos, também que o Irmão foi iniciado em nossos Augustos Mistérios.
-- Prometemos em suas Iniciações protegê-lo e o faremos. O Irmão terá a oportunidade de consertar seus erros, afinal, todos nós aqui presentes já os cometemos algum dia.
-- Descanse nesse plano o tempo necessário e, ao voltar à matéria para novas experiências, nós o encaminharemos novamente a Ordem Maçônica. Sua nova caminhada, com certeza, será mais promissora e útil.
Saí decepcionado mas estranhamente aliviado. Aquelas palavras pareciam ter me tirado um grande peso.
Com certeza, ali eu desbastara um pedaço de minha Pedra Bruta.
Acordei, sobressaltado e suando muito. Meu coração disparado.
Levantei-me assustado, mas com certa alegria no peito.
Havia sonhado!
Dirigi-me ao guarda-roupa, meu terno ali estava. Instintivamente, retirei do paletó as medalhas e insígnias e as guardei em uma caixa.
Ainda emocionado e com os olhos molhados de lágrimas, dirigi-me à minha mesa e com as mãos trêmulas e cheio de uma alegria enlevante, retirei da gaveta o Ritual de Aprendiz Maçom.
Nota do editor: Trechos em [...] foram omitidos para melhor entendimento dos leitores.
VOLTAR






uote>

Um comentário:

ARISTEU ALVES FILHO disse...

UMA BELEZA TEXTO, PARABENS MEU AMIGO. LEANDRO

 
="BNw8xMjY3OdVa5IAISnfyLPtK1e7h5kWHvVCQIYkICw=" />